A subutilização da força de trabalho é recorde da série história do IBGE: 27,9 milhões de trabalhadores estão desempregados, subempregados com menos de 40 horas semanais ou não conseguem procurar empregos
Com 27,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras subutilizados, o Brasil bate recordes negativos no mercado de trabalho. São milhões de pessoas desempregadas, ou que desistiram de tentar uma vaga depois de muito procurar, ou aquelas que poderiam e precisam trabalhar mais e não conseguem, pois não há oportunidades no mercado de trabalho.
A taxa de desemprego do semestre fechado em fevereiro, divulgada nesta sexta-feira (29) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, ficou em 12,4% no trimestre fechado em fevereiro e atinge 13,1 milhões de pessoas. Mais 892 trabalhadores ficaram desempregados entre os trimestres móveis de setembro a novembro de 2018 e o atual, encerrado em fevereiro.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os dados comprovam que arrocho salarial e retirada de direitos não geram emprego e renda como tanto o ex-presidente, o ilegítimo Michel Temer (MDB) quanto o atual, Jair Bolsonaro (PSL), querem fazer os brasileiros acreditarem.
“Temer garantiu que a reforma Trabalhista geraria 8 milhões de empregos em dois anos, a equipe econômica de Bolsonaro disse que a reforma da Previdência pode gerar outros milhões de empregos. Não é verdade. As reformas só beneficiam empresários e banqueiros. Para o trabalhador resta o desemprego, o desalento, a falta de perspectivas”.
Quanto mais direitos eles tiram, quanto mais arrocham salários, como essa proposta de Bolsonaro de acabar com a Política de Valorização do Salário Mínimo, menos empregos são gerados - Vagner Freitas
Desistiram de procurar emprego
Bateu recorde da série histórica o total de trabalhadores desalentados - 4,9 milhões (12,4%) de brasileiros e brasileiras que precisam trabalhar, já procuraram muito e não conseguiram uma recolocação no mercado de trabalho.
Subutilizados também bate recorde
A população subutilizada subiu para 27,9 milhões de pessoas (24,6%), com alta de 3,3% no trimestre, mais 901 mil pessoas desempregadas em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2018.
11,1 milhões sem carteira assinada
O número de trabalhadores e trabalhadoras no setor privado com carteira assinada ficou estável em 33 milhões. Já o número de empregados sem carteira assinada (11,1 milhões) caiu (-4,8%) na comparação com o trimestre anterior (menos 561 mil pessoas) e subiu 3,4% (mais 367 mil pessoas) comparado ao mesmo trimestre de 2018.
23,8 trabalham por conta própria
A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,8 milhões) ficou estável na comparação com o trimestre anterior e cresceu 2,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (mais 644 mil pessoas).
6,7 milhões gostariam de trabalhar mais, mas não conseguem
O contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas teve redução de -4,8% em relação ao trimestre anterior (-341 mil pessoas), mas continua alto e atinge 6,7 milhões de trabalhadores.
Dados do trimestre de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019:
- Desemprego cresceu para 12,4%, ou seja, são 13,1 milhões de trabalhadores sem emprego
- Taxa de subutilização da força de trabalho (24,6%) é recorde
- Número de desalentados (4,9 milhões de pessoas) é o maior da série do IBGE
- População fora da força de trabalho é recorde: 65,7 milhões de pessoas
- População ocupada ficou em 92,1 milhões de pessoas
- Empregados com carteira assinada somaram 33 milhões; e sem carteira, 11,1 milhões
- Trabalhadores por conta própria são 23,8 milhões
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