quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Paquistanesa cristã condenada à morte por blasfêmia é libertada.

Cristã Asia Bibi, que foi condenada à morte em 2010, em foto de arquivo. Pena foi suspensa nesta quarta-feira (31) — Foto: Associated Press

Ela estava presa em isolamento desde 2010 sob acusação de insulto contra o profeta Maomé.

A cristã paquistanesa Asia Bibi foi libertada na noite desta quarta-feira e está no país, informou o Ministério das Relações Exteriores à agência AFP nesta quinta-feira (8).

"Ela continua no Paquistão", afirmou o porta-voz Muhammad Faisal, contrariando as informações da imprensa local de que ela havia deixado o país.

Asia Bibi foi condenada em 2010 por blasfêmia e passou 8 anos no corredor da morte em isolamento. Mãe de cinco filhos, a cristão foi denunciada em 2009 por vizinhas que disseram que ela insultou o islã e o profeta Maomé durante uma discussão em Punjab. Sua pena foi anulada em outubro.

Seu marido, que denunciou que vivia sob perigo no Paquistão, pediu asilo para sua família nos Estados Unidos, Grã-Bretanha ou Canadá. Seu advogado deixou o país e está na Holanda.

Batalha jurídica

Em 2014, a cristã perdeu o recurso apresentado à Suprema Corte de Lahore, capital de Punjab. No ano seguinte, o Supremo paralisou a execução após concordar em estudar sua apelação, mas a primeira audiência, prevista para 2016, foi adiada após desafio de um dos juízes.

A Suprema Corte do Paquistão estudou o recurso da sentença de morte de Asia em 8 de outubro e reservou o veredicto, observando que havia contradições nas declarações das testemunhas.

Poucos dias depois, milhares de islamitas reivindicaram em diferentes cidades paquistanesas sua execução. As manifestações paralisaram o Paquistão durante três dias.

Indignação e mortes

O caso de Asia Bibi provocou indignação internacional, mas no Paquistão tornou-se em uma causa para os grupos e partidos islâmicos e levou a pelo menos dois assassinatos.

Um dos assassinatos foi do ex-governador de Punjab, Salman Tasir, que aconteceu em 2011. Depois de defender publicamente Asia Bibi, ele foi morto por um de seus guarda-costas, Mumtaz Qadri. O guarda-costas foi executado em 2016 e enterrado depois como um herói.

G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário